Na manhã desta terça-feira (26), a coordenadoria de Turismo Rural da Seappa participou da reunião da Associação dos Empreendedores em Turismo das Serras Históricas do Piloto e Matoso (Assetur), que abrange quatro municípios fluminenses: Mangaratiba, Rio Claro, Piraí e Itaguaí.
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Eduardo Lopes, acredita que “o aumento da comercialização dos produtos regionais é uma alavanca para o desenvolvimento da produção associada e, consequentemente, a valorização do produtor rural”: “É uma forte ferramenta para a manutenção do trabalho no campo, o que reduz o êxodo rural”, afirmou.
De acordo com o prefeito de Mangaratiba, Alan Bombeiro, devido à poluição que muitas empresas causam, o turismo rural é a única fonte de desenvolvimento sustentável para a região. “Acredito que o turismo rural seja a fonte de cura para muitas doenças. Estar em um lugar onde não pega sinal de celular será motivo de cura”, acrescentou o prefeito, que afirmou ainda que o município vai dar todo tipo de incentivo para atrair novos empreendimentos para o desenvolvimento do segmento, e que irá reduzir o ISS para 2% para empreendimentos dessa natureza.
Para a secretária de Agricultura de Piraí, Carla De Carli, a Serra do Matoso é de uma beleza quase incomparável e fantástica e merece atenção do governo. “A agricultura familiar se sustenta muito com o turismo. Não tem mais volta. O turismo está completamente associado à agricultura. Falta apenas capacitação para os agricultores entenderem o benefício que o turismo pode trazer para o aumento de sua renda”, declarou Carla. Só em Piraí, mais de 400 agricultores e cerca de 350 pecuaristas podem ter o agroturismo como atividade secundária.
Lucimary Kaiser, incentivadora do desenvolvimento turístico do local, disse que o turismo é a oportunidade de aumentar a renda do pequeno agricultor. "Às vezes é mostrar um ninho de um pássaro raro. Unir isso à vivência do campo é motivo de grande atração de turistas. O principal objetivo é beneficiar o agricultor familiar", afirmou.
Coordenadora de agricultura de Mangaratiba, Regiane Silva contou que a Associação dos Agricultores da Agroindústria de Doces de Mangaratiba atende a 24 produtores das microbacias do Sahy, Ingaíba e Itacuruçá, que fornecem a produção de seus associados para alimentação escolar do município e feiras locais. Banana chip, doces de banana, banana passas e farinha de banana são os principais produtos da região.
"O agroturismo pretende fortalecer a agricultura familiar, vai valorizar a nossa cultura e dar visibilidade ao município", expressou Regiane, que conhece bem a realidade do campo por ser filha de agricultor e entende dos benefícios que o turismo pode proporcionar por ser turismóloga.
Gilcelio Alves, técnico da Emater em Mangaratiba, conta que no município são 340 unidades produtivas, onde a produção principal é a banana. Leite, ovos caipiras e olericultura como um todo também recebem assistência da Emater.
"Falava-se muito em desenvolver o turismo rural, mas faltava essa aproximação com os produtores. Os agricultores não sabiam como caminhar, nem como fazer, mas agora já têm o apoio da Seappa, e acreditamos que agora vai funcionar", disse Gilcelio.
Para o coordenador de turismo rural da Seappa, Pablo Kling, a região tem todo o potencial para ter o roteiro dentro do mapa estadual do turismo rural que está sendo feita pela secretaria. “A criação da associação dos empreendedores da região mostra que a sociedade civil está organizada e empenhada. O turismo como um todo, principalmente o turismo rural, não subexiste se não tiver forte participação da comunidade local durante o processo de planejamento e desenvolvimento do roteiro”, analisou o coordenador.