Não bastasse aquela quadrilha presa por pintar de verde extintor de incêndio, para vender como cilindro de oxigênio, em Manaus (Publicado no ED de janeiro - 2ª Edição), agora circulam via internet alguns vídeos flagrando idosos recebendo "agulhada" no braço, sem que o imunizante contra a Covid-19 seja aplicado. Nos vídeos, acompanhantes de dois idosos reclamam com agentes de Saúde que estes não injetaram a vacina. Em um dos vídeos, dá para ver a agente introduzindo a agulha com a mesma velocidade que a retira, sem injetar o conteúdo da seringa.
No outro, um homem fura o braço de uma senhora e o acompanhante dela diz: "Não tinha nada". O "enfermeiro" então responde: "Peraí que este veio com problema", e sai. Logo em seguida vem uma mulher com o cartão de vacinação e o acompanhante a adverte: "Espera aí que não tinha nada!". A mulher responde sorrindo: "Tinha sim...". O acompanhante da idosa insiste: "Desculpa, mas não tinha". Ela, já sem graça, diz: "Nossa... desculpa aí, gente". E diz a data que a idosa deve retornar para receber a segunda dose. Nisto, o "enfermeiro" retorna e fura o braço da idosa, pela segunda vez, e, finalmente, injeta o imunizante - o que não ocorreu no primeiro vídeo.
No terceiro, vendo que estava sendo filmada, após introduzir a agulha a enfermeira pede desculpas dizendo que a seringa estava vazia - não a mostra vacinando, de fato.
Infelizmente, estes vídeos não nos permitem identificar a localidade, deixando claro apenas que se tratava de um drive-thru. Em razão disto, não há como apurar, muito menos questionar a intenção destes que aparecem aplicando uma suposta injeção. Entretanto, mesmo sem a possibilidade de checagem, o ED entende que as imagens merecem um alerta aos que acompanham seus entes idosos nesses pontos de vacinação.
Diferentemente do que especulam nesses vídeos, dizendo que tal prática atende ao mercado clandestino de vacinas contra a Covid-19 ou mesmo para as doses enganosamente aplicadas serem usadas nos familiares destes que supostamente desviam o imunizante, o que objetivamos aqui é considerar que tal situação aconteceu, ao menos três vezes, sendo que uma idosa saiu sem a vacina e outras duas só foram imunizadas graças ao flagrante e queixa de seus acompanhantes - o que acende um alerta.
Ressaltamos que tal suposta prática aqui apresentada deve ser considerada como exceção. Reconhecemos a importância e o sacrifício dos profissionais honestos que batalham diariamente na linha de frente, pondo suas vidas em risco, visando o bem comum e a mais rápida possível vitória sobre a pandemia. Sabemos, todavia, que não há uma profissão onde não se encontre quem não a honre. Por isto, vale aqui o alerta!